sábado, 12 de fevereiro de 2011

E eu..




Gruas no cais descarregam mercadorias e eu amo-te.
Homens isolados caminham nas avenidas e eu amo-te.
Silêncios eléctricos faíscam dentro das máquinas e eu amo-te.
Destruição contra o caos, destruição contra o caos, e eu amo-te.
Reflexos de corpos desfiguram-se nas montras e eu amo-te.
Envelhecem anos no esquecimento dos armazéns e eu amo-te.
Toda a cidade se destina à noite
e eu amo-te

José Luís Peixoto




1 comentário:

  1. Ah, olhar maravilhoso sobre tudo que é concreto, para sublinhar com traço bem forte o que há de mais abstrato[ aparentemente ]: o amor.
    Lindo presente, Magnólia!
    Abraço apertado.

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