domingo, 16 de junho de 2013

Será que

 
(...)
Tu que te estatelas agora no céu de cada noite deserta, será que algum dia tornarás a ler o céu no chão?
Será que em alguma papelaria escondida na cidade, encontrarei um dia um mapa para te ler sem te sufocar?
 Tu que me tropeças cada passo, será que tens ainda em ti, o único pulmão que já me fez respirar?
Nada sei de mim. Mas sei quem tu és.
És a única pergunta que não formulei.
Será que ao menos sabes que eu não sei?




Manuel Cintra