Um colo, um berço, um
braço quente em torno do meu pescoço,
uma voz que cante baixo e que pareça querer fazer-me chorar.
eu quero um calor no inverno,
eu quero um calor no inverno,
um extravio morno da minha consciência.
e depois, sem som,
e depois, sem som,
um sonho calmo,
um espaço enorme
como a lua rodando entre as estrelas
Fernando Pessoa