![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_v5_Qi0liZLhavlqB5bCCv6l-d2E_SXuvrUhiY8xyIiqpQottMI5raCW_99sSkDeP9Pi9SWCQT1F4dFhsHLwb6w4gq5lpcEhtDNqgZpG3StwupZZUIk-Tpp7K-UjmZOtm7U=s0-d)
mana
Ainda que tu estejas aí e tu estejas aí e eu esteja aqui estaremos sempre no
mesmo sítio se fecharmos os olhos
serás sempre tu e tu que me ensinarás
a nadar seremos sempre nós sob
o sol morno de julho e o véu ténue
do nosso silêncio será sempre o
teu e o teu e o meu sorriso a cair
e a gritar de alegria ao mergulhar
na água ao procurar um abraço que
não precisa de ser dado serão
sempre os teus e os teus e os meus
cabelos molhados na respiração
suave das parreiras sempre as tuas
e as tuas e as minhas mãos que não
precisam de se dar para se sentir
ainda que tu estejas aí e tu estejas aí e
eu esteja aqui estaremos sempre
juntos nesta tarde de sol de julho
a nadarmos sob o planar sereno dos
pombos no tanque pouco fundo da
nossa horta sempre no tanque fresco
da horta que construíram para nós
para que na vida pudéssemos ser
mana e mana e mano sempre..
José Luís Peixoto