Acordo sem o contorno do teu rosto na minha almofada, sem o teu peito liso e claro como um dia de vento, e começo a erguer a madrugada apenas com as duas mãos que me deixaste, hesitante nos gestos, porque os meus olhos partiram nos teus
quarta-feira, 31 de março de 2010
Da tristeza
Minha alma está hoje triste até ao corpo.
Todo eu me doo, memória, olhos e braços.
Há como que um reumatismo em tudo quanto sou...
Fernando Pessoa
(Bernardo Soares /Livro do Desassossego)