fala-me das tuas mãos,
por elas passa o meu destino,
a direção clara do meu corpo.
fala-me dos teus gestos,
de como serão os desenhos que farás
para que estendidas as linhas
eu caminhe sobre elas
fala-me das mil mortes que te habitam,
uma a uma.
do teu desespero em linha reta,
agudo a rasgar-te a carne.
fala-me de todas as palavras
que precisas me falar,
de todas as palavras que escrevestes.
fala-me com ênfase,
se não tiveres mais nada a dizer,
de como se esquece um grande amor.
fala-me dessa fratura.
Silvia Chueire