eu sou a pele da flor. a maciez, o odor, a viscosidade
morta, num assunto gasto. ando à berma da pele, escorrego
na voz grave de uma cantoria, o que seria,
o que seria
o som mouco que subsistia lá atrás enquanto se gritava,
se sonhava sou o fim da página, não o risco cuidado, mas a parte
rasgada; o tempo carcomendo-me enquanto pode,
enquanto aqui espero por tautológicas mordiscadelas.
gosto de olhar mesas: as que têm envelopes por sobre
elas selos, pêlos, tudo que lembre o que foi viajar.
lembro o mar, o mar:
eu sou essa onda que retorna ao mar.
Ondjaki