Tu chegas e a minha pele chama-te
sete nomes em surdina. É a luz da tarde que faz o fulgor
dos fenos e aquece a roupa que abandonou o corpo
sem perguntas. As mãos podem então dar-se
todos os recados. E amanhã ninguém sabe. Fica
apenas um punhado de espigas quebradas sobre a planície
lenta; amarela, digo: as papoilas, entretanto, voaram.
Maria do Rosário Pedreira
(Foto de Anna O)