sábado, 7 de maio de 2016




Foi no verão que a aprendeste, com dedos afeiçoados aos instrumentos da paciência, a entrar na noite. 
 Medias então os dias com rigor de lábios, declinando o mel e a sua sabedoria. 
 Sempre partilhaste a casa, meu perdulário, na confluência das águas e da sede. 
 E enquanto aguardavas a violência do silêncio, passavam as aves






 Eugénio de Andrade
 (Foto de Laura Makabresku)