Foi no verão que a aprendeste, com dedos afeiçoados aos instrumentos da paciência, a entrar na noite.
Medias então os dias com rigor de lábios, declinando o mel e a sua sabedoria.
Sempre partilhaste a casa, meu perdulário, na confluência das águas e da sede.
E enquanto aguardavas a violência do silêncio, passavam as aves
Eugénio de Andrade
(Foto de Laura Makabresku)