Não me movo,
quase não respiro,
tento não existir,
estou sem estar,
sou paisagem,
sou o nada dentro de tudo,
sou um peixe a boiar no escuro,
sou um pedaço de céu,
uma nuvem, uma árvore,
um agapanto em pranto,
uma planta a secar num vaso,
carente de água e de gestos de ternura.
Raquel Serejo Martins
(Foto de Katia Chausheva)
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