domingo, 22 de julho de 2018

fogo posto




Conta-me na pele os meus sinais 
Nas veias quantos segredos
 Conta-me na carne os vendavais
 Que se levantam na ponta dos teus dedos 
Diz em que ser eu me tornei 
Do que sou feito e o que faço
 Conta-me aonde eu regressei 
Quando me contas no teu braço
 Conta-me os cabelos quase cal
 E o líquido cansaço do meu sexo 
Conta-me este amor quase animal
 Para que deus me faça nexo 
Conta-me os meus cinco sentidos
 Que há no teu nome e em mais nenhum
 Conta-me que estando os dois unidos 
Só se pode contar até um.







 João Monge

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