segunda-feira, 3 de setembro de 2018

coração desabitado



Estás morto. Eu sei. Mas amo-te. 
 Os meus amigos tentam distrair-me
 com jogos, festas, copos e viagens. 
Os meus pais sugerem-me com doçura
 que podia consultar algum psiquiatra 
de renome. Meu amor, que absurdo tudo isto. 
Só tenho certeza de uma coisa:
 não voltarei mais ao cemitério
 até que o meu telefone toque
 e a tua voz me peça um encontro. 






 Amalia Bautista

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