Onde é que pões as coisas todas que lês?
- perguntas-me após o aguaceiro
enquanto o céu se acende com relâmpagos
tardios. Azul cobalto com cinza. Eu estou sentado
à hindu e espreito lá do divã. Onde é que as ponho?
Umas acabam nos escombros
vem o camião na última sexta de cada mês
e leva os tapetes falsos
os cadeirões rachados, os brinquedos coxos.
Umas prendem-se nos fios, outras
leva-as o vento e enterra-as na areia.
Ficam as coisas que não deixam em paz
as coisas que cortam, que magoam
as que escavam galerias
as coisas que gorjeiam e reluzem
as coisas vivas
as coisas.
Alberto Nessi
(Foto de Nishe)
Um poema lindo, profundo. Adorei:))
ResponderEliminarHoje:- "Sofrendo de saudade". {Poetizando e Encantando}
Bjos
Votos de um óptimo Sábado.
Boa noite!
ResponderEliminarParabéns...Poema intenso!
Sonhos Perdidos... ( POETIZANDO...)
Beijos - Boa noite - Bom fim de semana!
Talvez no sótão das lembranças.
ResponderEliminar