Tenho um pássaro empoleirado no ombro, 
um pássaro-gémeo, um pássaro que nasceu comigo. 
Cresceu tanto, ficou tão pesado,
cada passo que dou é uma tortura. 
 Um peso morto, um peso morto, um peso morto sobre mim. 
Devia deitá-lo ao chão - é tenaz, 
as suas garras cravam-se no meu ombro 
como as raízes de um carvalho. 
 A um palmo do meu ouvido: o som 
do seu horrível coração de pássaro a palpitar. 
Se um dia levantar voo 
cairei logo por terra. 
Àgnes Nemes Nagy
(Foto de Laura Makabresku)

Que esse pássaro fixe residência em seu coração e jamais levante voo
ResponderEliminarFiquei seguidor
Cumprimentos poéticos