terça-feira, 18 de agosto de 2020

chuva de estrelas




Disse-te um dia 
 que havia de dar-te uma estrela
 tão real como os sonhos
 do rio Guadalquivir 
e o perfume adolescente
 do teu corpo
 a ondular na aurora de Sevilha
 Não foste comigo a Barcelona
 ver as pesadas corolas e os mosaicos
 de La Pedrera
mas espera-me no aeroporto
 de nunca antes
 o rumor febril dos teu olhos 
onde aprendi
 que o tempo não existe 
Mas a vida pode ser
 também mágoa escura
 bem sabes Por isso te prendo
 as mãos sobre as ancas 
para não fugirmos mais um do outro
 e bebo todo o sol e afinal o tempo
 nos teus lábios. 






 Urbano Tavares Rodrigues
 (Foto de Miguel Claro
Dark Sky Alqueva)

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