segunda-feira, 9 de novembro de 2020

não sei



 

Como pode
 a mais frágil borboleta
 transportar em si
 montanhas
 cidades rios oceanos 
 a bandeira caída no azeite
 o poente cigano que pede boleia
 a nuvem em tamanho natural
 a metafísica do sangue
 o véu em chamas
 a casa feita de água 
 o vento batendo portas e janelas 
 ao longo deste corredor feito de palavras
 
e como se isso fosse pouco
 eu e a tua ausência






 Artur do Cruzeiro Seixas
 (Foto de Cristina Coral)

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