Em todas as casas há um canto para esperar.
O ponteiro dos segundos invade o espaço com a sua música mecânica. É uma tortura a que se dá corda. Há dias em que só há uma maneira de lidar com o tempo: matá-lo!
A cadeira de baloiço, incorpora no corpo o inevitável pulsar do universo e veste a ansiedade com um rosto humano.
Deixa de ser o tempo a passar. É o som do nosso corpo no soalho da casa.
É assim que nos salvamos.
A espera e a saudade vibram nas paredes da sala como um fenómeno natural e nós apenas somos uma pequena peça desta engrenagem maior.
Entre nós e o outro apenas existe um eterno fio que nos laça o passado com o desejo.
É por isso que quando partes nunca te vou ver à janela.
É na cadeira de baloiço que te aguardo
João Monge
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