terça-feira, 19 de outubro de 2010

O que nunca te direi


Escrevo o teu nome e um pássaro levanta-se da terra -sobre o seu voo contariam os teus olhos mil histórias que eu escutaria com o mesmo silêncio admirado com que na boca cai um beijo ou a noite atira o amor para cima das camas.
Mas o lápis rola subitamente sobre a mesa e pára a sepultar as palavras que nunca te direi - porque o rio não regressa à cidade que primeiro beijou, nem o navio ruma jamais ao porto que o viu largar.







Maria do Rosário Pedreira