quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Quatro tiros no coração


Certas manhãs chegava esmagado pela luz longo, frívolo, ofensivo qualquer gesto aludia a uma espécie de temor a tristeza daqueles que pertencem a lugar nenhum Vivia tudo num instante a solidão, os rancores as alegrias dos outros o silêncio do outono Nunca o amor tocara o seu corpo com a intensidade do medo tornou-se parte de um rio nem perto, nem longe da palavra justa

Ele só pedia "não me digam nada"

José Tolentino Mendonça

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