talvez esmague buganvílias e cerre as pálpebras. talvez encha de
amoras o seio da tarde e finja ser pirata nas tuas mãos. talvez.
- talvez volte de azul ou de noite ou de branco. talvez de abismo
líquido e profundo no retorno das giestas sem flor e dos vales oblíquos.
talvez dos cheiros da montanha a cavalgar a face oculta da lua
e das areias. talvez a respiração ampla e gráfica das tuas mãos nos
meus ombros.
modulação sensível da neve e das fontes. os teus olhos. talvez volte.
talvez venha de aloendro.
Isabel Mendes Ferreira (As Lágrimas Estão Todas na Garganta do Mar )
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