O corpo tem uma gramática feita de caos e de silêncios. amargos cálices que se partem em parágrafos ora lentos ora curvos agudos e de espólios em parêntesis que se dobram em verbos de vingança e em apelos aos mortos. são nervos e são maiúsculos. são segundos e são sintaxes na densa caligrafia de um xeque-mate à memória do tempo.
o corpo é sempre o espelho. o ecrã tamanho de um dedo e uma espada prévia a ser agravo.
antes que se feche a concha antecipo-te a pérola. concebido o oposto o convulso escreve-se exclamante em vez de virgula. honra seja feita à poalha dos pretextos. irrefragável. que por menos já se é destino.
Isabel Mendes Ferreira