sexta-feira, 15 de junho de 2012

Livro antigo


Violetas secas entre páginas de livros
  onde em tempos anunciaram o amargor da noite
e a humidade tremenda das insónias
  o mar
  o mar ao longe
debruça-se então para o interior do livro
  lê qualquer coisa sobre o coração dos líquenes
ou deambula de sílaba em sílaba onde
  os dedos se mancham de tinta e no cérebro
ergue-se uma planta de cinza noite adiante
  fechou o livro ao amanhecer
  era como se tivesse envelhecido séculos
  com as violetas
fecha a persiana e adormece

Al Berto