Às vezes, nos momentos trágicos, já não é contigo que eu deparo - é com outro ser que assiste sempre, como um espectador, a todos os meus exageros.
Deitavas-te comigo, levantavas-te comigo, ferrada como um punhal - e não existias.
Neguei-te. Expliquei-te. Reduzi-te às tuas verdadeiras proporções - e tu não existias! Atormentaste-me e fizeste-me sofrer mesmo quando já compreendera que não existias.
E agora mesmo, quando o universo é outro universo, ainda encarniças sobre em mim como um fantasma.
Escusas de te rir - tu não existes.
Deitavas-te comigo, levantavas-te comigo, ferrada como um punhal - e não existias.
Neguei-te. Expliquei-te. Reduzi-te às tuas verdadeiras proporções - e tu não existias! Atormentaste-me e fizeste-me sofrer mesmo quando já compreendera que não existias.
E agora mesmo, quando o universo é outro universo, ainda encarniças sobre em mim como um fantasma.
Escusas de te rir - tu não existes.
Raul Brandão