sábado, 13 de setembro de 2014

Onde é sempre noite



Nunca conheci os meus inquilinos da vida
Não sei quando saem, nem quando entram, 
em que estação ignota descansam de suas misérias. 
As mulheres têm saído deste corpo a bater com as portas 
queixando-se da minha tristeza, 
mas já se têm queixado da humidade, 
de muito frio, até de mofo na dispensa. 
 Vão-se sempre sem pagar os inquilinos da minha vida 
e o pátio fica novamente vazio. 
Meu coração deixa de ser albergue de famintos
 para acolher os pássaros todos que arribam no verão 
e esperam que voltes pelas tuas coisas
 a este hotel de passagem em que é sempre noite. 





 Federico Díaz-Granados