segunda-feira, 14 de dezembro de 2015



Nunca saberemos se os enganados 
são os sentidos ou os sentimentos, 
se viaja o comboio ou a nossa vontade
 se as cidades mudam de lugar 
ou se todas as casas são a mesma.
 Nunca saberemos se quem nos espera
 é quem nos deve esperar, nem sequer 
quem temos de aguardar no meio 
de um cais frio. Não sabemos nada. 
Avançamos às cegas e duvidamos
 se isto que se parece com a alegria
 é só o sinal definitivo
 de que nos voltámos a enganar






 Amalia Bautista
 (Foto de Mariam Sitchinava)