terça-feira, 20 de setembro de 2016




Recomecemos então, as mãos 
palma com palma. 
Diz, não digas, a palavra. 
As palavras terão sentido ainda? 
Haverá outro verão, outro mar
 para as palavras? 
Vão de vaga em vaga, 
de vaga em vaga vão apagadas. 
Seremos nós, tu e eu, as palavras? 
Onde nos levam, neste crepúsculo, 
assim palma a palma, 
de mãos dadas? 







 Eugénio de Andrade