Melhor fora que viesses sem saber
de mim o que quer que fosse.
Isso é que seria recomeçar a valer
e não apenas com o que te trouxe.
Para que isto não ficasse viciado
à partida, protegia metade da alma.
A metade que, quando estou deitado,
fica para baixo e me acalma.
Que corpo afectivo e voraz
me deixa assim contente e vivo?
O corpo que sempre me traz
razão activa ao meu ser passivo.
Pediste-me o livro da emoção
e nele não leste nenhum compromisso.
Discutimos antes a decoração,
um de nós tem de ceder nisso.
Helder Moura Pereira
(Foto de Laura Makabresku)
Magnífico poema de Helder Moura Pereira. Obrigada pela partilha.
ResponderEliminarUm beijo.