O tempo cobre-se de musgo.
Mas reconhecerei as ruínas daquilo que amei, daquilo que nomeei para entender o mundo. A vida já ali não estará, e eu lembro-me: nenhum recanto dos gestos me era desconhecido. Nenhuma sedução me era estranha.
A noite foi-se tornando cada vez mais pesada sobre os ombros.
As roupas deixaram de estilhaçar debaixo das carícias.
Os olhares foram-se fixando, horas a fio, por entre os papéis amachucados, atirados ao chão. A máquina de escrever parou.
Os livros encheram-se de poeira, fecharam-se para sempre com a nossa história dentro deles. Não voltaram a abrir-se.
Al Berto
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