Sónia Silva
Ofereces-me uma pedra negra mágica que trazes do norte
e as minhas palavras e as minhas mãos detêm-se sem saber
por quanto tempo irão ficar na soleira da noite e do dia
tacteamos os corpos em busca de memórias adormecidas
ocultas por sucessivas camadas de palavras por dizer
deslizamos para o chão sem resposta e o fumo sobe
equilibra-se em nuvem sobre as nossas cabeças e evola-se
em direcção a uma lua vermelha momentaneamente apagada
ao som de bob marley fazes as malas e partes e eu fico
a arrumar as minhas mãos e as palavras atrapalhadas
no fumo desorientado pela ausência de um ponto cardeal
junto cuidadosamente os teus cabelos rubros perdidos
entranço uma bola de fogo e guardo-a na memória
acendo uma dúzia de paus de incenso e imagino uma igreja
de adoradores do silêncio que escorre por entre as preces
a tua pedra negra regressa à minha mão fechada
e ilumina como um sol a minha noite em claro
Virás por uma palavra?
Carlos Alberto Machado
Que lindo.
ResponderEliminarMuito intenso, este poema. Adorei ;))
ResponderEliminarO meu olhar triste, reflecte no coração
Bjos
Votos de um óptima Terça-Feira
Tão, mas tão bonito...
ResponderEliminarQue bonito que ficou! 😄
ResponderEliminarEsta foto é linda Sónia. Obrigada
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