Estendo na cama o corpo que há-de
ser
o porto a que esta noite vais chegar.
E entre névoas e ventos hei-de ver
o barco dos teus dedos ancorar
na margem mais secreta do desejo.
E há-de haver um mapa ali por perto
que te leve à enseada do meu beijo
e à fogueira de tudo o que está certo.
E na respiração da tua boca
bebo o grito da terra sempre pouca
para a noite em que ficarmos sós.
Mas o corpo descansa apaziguado:
sei que o sol já repousa do meu lado
e que o teu rio já chegou à foz.
Alice Vieira
Gostei bastante do poema. Parabéns :))
ResponderEliminarHoje: Embriaguez de um macio vinho
Bjos
Votos de uma óptima Sexta-Feira
O poema é fantástico:))
ResponderEliminarHoje: Embriaguez de um macio vinho
Bjos
Votos de uma óptima noite de Sexta-Feira
Belo.
ResponderEliminartão bonito!
ResponderEliminarUm poema que diz muito. Gostei
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