Não vês a sombra do desejo
Furtiva em cada esquina do teu gesto
Não vês que tudo aquilo que em ti vejo
É tudo em que o amor é manifesto
Não vês as mariposas no cabelo
E a rosa que em teus lábios se desnuda
Não vês que o teu olhar é o modelo
das vinte madrugadas de Neruda
Não vês no teu sorriso o fogo-posto
que lavra nos fados onde morei
Se não vês tudo isto no teu rosto
perdoa, meu amor, porque ceguei.
João Monge
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