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A primeira coisa a fazer é escolher a faca
ou por outras palavras a maneira de poder acordar em camas desfeitas
de luas e mares
sonhando com o verão e todos os seus crimes lentos
depois há que não dar tréguas
e ocultar de imediato as provas
ou por outras palavras
desabitar de ti as ruas os quartos as molduras
a velha canção inutilmente decorada
e abrir a porta a quem chega desprevenidamente
e encontrar o teu rasto ainda intacto
e servir o café e a cicuta na mesma bandeja
Mas acima de tudo edificar de novo a casa entre ruínas
ou por outras palavras
enterrar na garganta um nome que era nosso
apagar dos muros da cidade os vestígios da noite
e por breves segundos iluminar ainda do teu sangue
a madrugada em que te perco
ou por outras palavras a maneira de poder acordar em camas desfeitas
de luas e mares
sonhando com o verão e todos os seus crimes lentos
depois há que não dar tréguas
e ocultar de imediato as provas
ou por outras palavras
desabitar de ti as ruas os quartos as molduras
a velha canção inutilmente decorada
e abrir a porta a quem chega desprevenidamente
e encontrar o teu rasto ainda intacto
e servir o café e a cicuta na mesma bandeja
Mas acima de tudo edificar de novo a casa entre ruínas
ou por outras palavras
enterrar na garganta um nome que era nosso
apagar dos muros da cidade os vestígios da noite
e por breves segundos iluminar ainda do teu sangue
a madrugada em que te perco
E fecho os olhos
E abro o gás
E abro o gás
Alice Vieira
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