quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015




Faz-te forte. Hoje é preciso fingir. 
 Não te mostres, nem mesmo ao simpático desconhecido. 
 Mantém-te alerta ou cometes os mesmos erros na forma idêntica. 
Agarra-te bem. Como na montanha russa.
 Nunca se sabe quantas quedas tem a viagem. 
 Tem pressa em ser amanhã. É lá que habita a nudez. 
 E todas as coisas puras que existem, não em ti, não desta maneira. 
 Limpa a imundície. Sobretudo, entre os olhos e a boca. O lugar escuro; do medo.
 Preenche esse espaço com compotas e mel. E não fiques à espera. 
 Alguma língua há-de descobrir-te o rasto. 




 Cláudia Lucas Chéu
(Foto de Laura Makabresku)