Faz-te forte. Hoje é preciso fingir.
Não te mostres, nem mesmo ao simpático desconhecido.
Mantém-te alerta ou cometes os mesmos erros na forma idêntica.
Agarra-te bem. Como na montanha russa.
Nunca se sabe quantas quedas tem a viagem.
Tem pressa em ser amanhã. É lá que habita a nudez.
E todas as coisas puras que existem, não em ti, não desta maneira.
Limpa a imundície. Sobretudo, entre os olhos e a boca. O lugar escuro; do medo.
Preenche esse espaço com compotas e mel. E não fiques à espera.
Alguma língua há-de descobrir-te o rasto.
Cláudia Lucas Chéu
(Foto de Laura Makabresku)