quinta-feira, 7 de maio de 2015




A arte já sabemos nasce 
da imperfeição das coisas 
que trazemos para casa
 com o pó da rua
 quando a tarde finda 
e não temos água quente
 para lavar a cabeça. 
Tentamos regular 
com açudes de orações 
o curso da tristeza
 mudamos de cadeira 
e levamos a noite 
a dizer oxalá
 como se a palavra
 praticasse anestesia. 





 José Miguel Silva