Chega-te devagar aos meus domínios;
que teus dedos tacteiem o espaço
cegamente, a escuridão que envolve
meu corpo; que abram um caminho
e cheguem até mim através do véu
espesso e taciturno das sombras.
Salva-me com a luz que há em teus dedos
ao tocar-me, conjura a desídia,
acende-me ou abrasa-me no tacto
esplendoroso e claro de tuas mãos.
Como a borboleta nocturna,
lançar-me-ei à chama que tu convocas,
antes queimar-me que estar às escuras.
Josefa Parra