Sónia Silva
Como dizer-te os caminhos ou a solidão pousada
no teu corpo adormecido, entregue à luz ocasional
como um lugar inabitado? Como dizer-te que te levo
o alimento à boca se te beijo?
Devolves-me a humidade da terra
e o teu coração dispara à superfície da pele,
e as tuas mãos sulcam os abismos como povoados.
Como dizer-te que entendo a queda como vocação
para cair? Como explicar-te que to digo habitado
pela vertigem de olhar-te?
Dá-me um lugar à chuva, porque eu
não sei dizer-te sem que morra que existo
na extensão perceptível da tua respiração.
(roubo fotos á Sónia que troco por poemas)
José Rui Teixeira