segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016



Sónia Silva


Como dizer-te os caminhos ou a solidão pousada
 no teu corpo adormecido, entregue à luz ocasional
 como um lugar inabitado? Como dizer-te que te levo
 o alimento à boca se te beijo?
 Devolves-me a humidade da terra 
e o teu coração dispara à superfície da pele,
 e as tuas mãos sulcam os abismos como povoados. 
Como dizer-te que entendo a queda como vocação
 para cair? Como explicar-te que to digo habitado
 pela vertigem de olhar-te?
 Dá-me um lugar à chuva, porque eu 
não sei dizer-te sem que morra que existo
 na extensão perceptível da tua respiração. 



(roubo fotos á Sónia que troco por poemas)


 José Rui Teixeira