sábado, 14 de janeiro de 2017




Chove em Santander, 
oiço-te ao telefone dizer que o trânsito 
não te deixou apanhar o avião,
tenho o quarto de hotel todo para mim,
 tenho a janela em frente do jardim, 
tenho todo o fim-de-semana para mim,
 tenho um ramo de tulipas encarnadas para mim, 
tenho os lábios pintados de carmim, 
tenho dentro do peito a impensada certeza do nosso fim, 
tenho um mini-bar com garrafinhas de gin, 
com pacotinhos de amendoim, 
tudo tão inho, tão aí flores do verde pinho, 
e chove em Santander, 
avisaram que ia chover Sábado e Domingo, 
seria um pleonasmo chorar.





 Raquel Serejo Martins