quinta-feira, 19 de janeiro de 2017




Foto de Sónia Silva



O azul, o azul rouco, o azul 
 sem cor, luz gémea da sede. 
 Acerca deste rigor 
 tenho uma palavra a dizer,
 uma sílaba a salvar
 desta aridez, asa
 ferida, o olhar arrastado
 pela pedra
 calcinada, húmido 
 ainda de ter pousado
 à sombra de um nome,
 o teu, 
 amor do mundo,
 amor de nada 







 Eugénio de Andrade