quinta-feira, 22 de janeiro de 2015




Esta noite o vento ceifa os bosques e
 uma raiva sacode a terra. Se a voz
 do mar chamasse pelas velas, os estreitos
 aguardariam um naufrágio. E se dissesses
 o meu nome eu morreria de amor. 
Devo, por isso, afastar-me de ti – não 
por ter medo de morrer (que é de já não
 o ter que tenho medo), mas porque a chuva 
que devora as esquinas é a única canção 
que se ouve esta noite sobre o teu silêncio. 





Maria do Rosário Pedreira