o relógio, o chefe, os sapatos, as gravatas
o aspirador, o fogão, o mecânico de automóveis,
o transito, a tv, o sofá, o café, o tabaco,
as chuvas, as luas, as chaves, as portas,
a rede, a sede, o jardim, o gato, o
aquário onde demasiados morrem afogados para
lá da linha do equador. Então no limite da
lucidez ou talvez da inconsciência, as
palavras transformam - se em interrogações, o
que foi feito de nós. Onde está a pessoa que
eu sonhei, que eu queria ser, ou simplesmente
o que eu conhecia! Chamam inconstantes aos
que fazem demasiadas perguntas, e é solitária
a procura das respostas
Raquel Serejo Martins