Acordo sem o contorno do teu rosto na minha almofada, sem o teu peito liso e claro como um dia de vento, e começo a erguer a madrugada apenas com as duas mãos que me deixaste, hesitante nos gestos, porque os meus olhos partiram nos teus
Sabes leitor, que estamos na mesma página E aproveito o facto de teres chegado agora Para te explicar como vejo o crescer de uma magnólia. A magnólia cresce na terra que pisas - podes pensar Que digo alguma coisa não necessária, mas podia ter-te dito, acredita. Que a magnólia te cresce como um livro entre as mãos. Ou melhor, Que a magnólia - e essa é a verdade - cresce sempre Apesar de nós. Esta raiz para a palavra que ela lançou no poema Pode bem significar que no ramo que ficar desse lado A flor que se abrir é já um pouco de ti. E a flor que te estendo, Mesmo que a recuses Nunca a poderei conhecer, nem jamais, por muito que a ame, A colherei.
A magnólia estende contra a minha escrita a tua sombra E eu toco na sombra da magnólia como se pegasse na tua mão.
belíssimo texto (desconheço a autora...)! e está postado no blogue certo, pois quando cá entro consigo sentir o silêncio...
ResponderEliminarum beijinho!
aqui, sempre um banquete de belas palavras.
ResponderEliminarentro faminto e saio saciado.
abração do
r.
Sabes leitor, que estamos na mesma página
ResponderEliminarE aproveito o facto de teres chegado agora
Para te explicar como vejo o crescer de uma magnólia.
A magnólia cresce na terra que pisas - podes pensar
Que digo alguma coisa não necessária, mas podia ter-te dito, acredita.
Que a magnólia te cresce como um livro entre as mãos. Ou melhor,
Que a magnólia - e essa é a verdade - cresce sempre
Apesar de nós.
Esta raiz para a palavra que ela lançou no poema
Pode bem significar que no ramo que ficar desse lado
A flor que se abrir é já um pouco de ti. E a flor que te estendo,
Mesmo que a recuses
Nunca a poderei conhecer, nem jamais, por muito que a ame,
A colherei.
A magnólia estende contra a minha escrita a tua sombra
E eu toco na sombra da magnólia como se pegasse na tua mão.
Daniel Faria, em Dos líquidos
Obrigada Jorge porque é mesmo isso que eu gostava que isto fosse...um lugar de partilhar silêncios e palavras que amo....
ResponderEliminarBeijo
Poema lindissimo , Roberto...meu amigo de tanto poema partilhado...
ResponderEliminarBeijo
Magnólia,
ResponderEliminaré bom ler o que escolhes, dos outros, para nos oferecer...sinto-o como um presente sempre bem vindo e fascinante.
beijo no <3
nota: não podes adiantar nada sobre esta autora? :S