Não é dor, nem cansaço, é ranço, as minhas mãos só sabem escrever, as minhas mãos não sabem,
as letras destroem-se, destroem as frases, páginas e páginas desta destruição.
Os meus olhos, quanto menos, mais paciência têm para os detritos.
Eles próprios são detritos. O que vêem lentamente cega-os.
Por entre, ressaltam os restos. Tudo é um resto.
Rui Nunes
(Foto de Mariam Sitchinava)