quarta-feira, 22 de julho de 2015




Não é dor, nem cansaço, é ranço, as minhas mãos só sabem escrever, as minhas mãos não sabem, 
as letras destroem-se, destroem as frases, páginas e páginas desta destruição. 
Os meus olhos, quanto menos, mais paciência têm para os detritos. 
Eles próprios são detritos. O que vêem lentamente cega-os. 
Por entre, ressaltam os restos. Tudo é um resto. 






 Rui Nunes
 (Foto de Mariam Sitchinava)