segunda-feira, 13 de julho de 2015




Três e meia da manhã. 
É inútil procurar o candeeiro.
 No estuque da insónia, 
o filme recomeça. 
Que fim será o fim? 
 Pretéritos prazeres, 
cigarros consumidos 
– é isto o coração:
 um cinzeiro de metal? 
Preferia não fumar. 
 Quero tanto o teu amor
 que termino a odiar-me. 
Quem me dera ser o Rambo, 
saber sempre o que fazer ao inimigo. 
Não sei por que sorrio, 
 quando tudo o que me resta é a magia 
que me traz o Halcion: sonhar 
que não existes, nem o filme, 
nem o fumo, nem o frio, nem o fosco 
cinzeiro de metal. 






 José Miguel Silva
 (Foto de Mariam Sitchinava)