terça-feira, 7 de julho de 2015




É quando um espelho, no quarto,
 se enfastia; 
Quando a noite se destaca 
da cortina; 
Quando a carne tem o travo
 da saliva, 
e a saliva sabe a carne 
dissolvida; 
Quando a força de vontade
 ressuscita; 
Quando o pé sobre o sapato 
se equilibra 
E quando às sete da tarde
 morre o dia
 - que dentro de nossas almas 
se ilumina, 
com luz lívida, a palavra 
despedida. 






 David Mourão-Ferreira
(Foto de Katia Chausheva)