terça-feira, 26 de julho de 2022

um nome




Está incompleto. Ainda se vê metade do rosto. Sabe- 
mos 
como se acentua junto dos olhos a mesma sombra. Os 
lábios 
fecham-se; à sua volta, um halo apenas: continuam
 afastadas
 as pregas da cor, o rumor trazido pela luz. Há um con- 
torno 
que pode tornar-se nítido. É tudo o que se
 procura. Depois esperamos
 que venha a respiração ao encontro dessa superfície 
até se encontrar
 um nome. É o meu. Se quiserem podem esquecê-lo
 agora. 





 Fernando Guimarães

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