À vinda do supermercado
diz-me o pequeno monstro
que às vezes me faz companhia:
«E qual é a tua razão de ser?»
Na rua, a tarde rola devagar
entre prédios murchos — e ele
acrescenta: «Não me digas
que são os versos.»
E ri-se
Rui Pires Cabral
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