segunda-feira, 4 de março de 2024

promessas




Quando me cansar de voar ou a ferida estiver finalmente visível, 
promete-me que a faca será afiada e silenciosa. 
Que eu não a veja chegar, como se não tivesse passado uma vida
 a pressenti-la nas dobras do lençol, mortalha de tantas noites.
 E antes, dá-me de beber entre as mãos, 
conta-me de céus azuis, sem garras e sem abismos.
 Espera que o meu coração de novo pequenino 
se aninhe no calor das tuas veias  e se torne
  apenas a memória de um sobressalto contra a tua pele





 Inês Dias
 (Foto de Laura Makabresku)

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