terça-feira, 21 de março de 2017

a poesia




De que vale tentar reconstruir com palavras 
O que o verão levou
 Entre nuvens e risos 
Junto com o jornal velho pelos ares 

O sonho na boca, o incêndio na cama, 
o apelo da noite
 Agora são apenas esta
 contração (este clarão)
 do maxilar dentro do rosto. 

 A poesia é o presente. 








 Ferreira Gullar
 (Foto de Mariam Sitchinava)