Era preciso mais do que silêncio,
era preciso pelo menos uma grande gritaria,
uma crise de nervos, um incêndio,
portas a bater, correrias.
Mas ficaste calada,
apetecia-te chorar mas primeiro tinhas que arranjar o cabelo,
perguntaste-me as horas, eram 3 da tarde,
já não me lembro de que dia,
talvez de um dia em que era eu quem morria,
um dia que começara mal, tinha deixado
as chaves na fechadura do lado de dentro da porta,
e agora ali estavas tu, morta (morta como se
estivesses morta!), olhando-me em silêncio estendida no asfalto,
e ninguém perguntava nada e ninguém falava alto!
Manuel António Pina
Triste mas emocionante- A foto gera um sentimento de frieza.
ResponderEliminarO poema tem tanto de belo como de lírico. Gostei..
.
Cumprimentos poéticos
Que maravilha de poema!! :))
ResponderEliminar--
Pensamentos que ficam entre a saudade
-
Beijo e uma excelente noite :)