quinta-feira, 8 de setembro de 2022

como se o coração perdesse a paciência


 

Finge o amor com amabilidade,
 às vezes por compaixão, 
em regra pela recompensa, 
o seu corpo precisa de outros corpos, 
novos, velhos, magros, gordos, louros, 
todos os corpos iguais 
como uma ervilha igual a outra ervilha, 
nunca uma maravilha, um espanto, 
mesmo se na lapela um cravo ou um crisântemo, 
a sua fraqueza por flores e dos outros as dores, 
tão iguais como uma ervilha igual a outra ervilha. 





 Raquel Serejo Martins
(Foto de Anna O)

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